segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Real papel das agências


Este texto foi retirado integralmente do Blog chmkt.blogspot.com do Carlos Henrique Vilela - é um post bem pertinente e acho que vale a pena ser replicado.
"A Advertising Age publicou, recentemente, um texto bem interessante do Phil Johnson, CEO da PJA Advertising & Marketing, sobre o real papel das agências.

Segundo ele, muitas agências, ao invés de compreender como as pessoas se comunicam e desenvolver para desenvolver estratégias poderosas para as marcas, ficam presas em criar coisas – seja um anúncio, um website ou poucos caracteres no Twitter. Quando isso ocorre, conta, os clientes acabam recebendo campanhas inspiradas em publicidade já feita. Podem ser criações esteticamente agradáveis, com uma sacada interessante, mas que não são capazes de resolver os problemas reais dos clientes. Além disso, o foco no output, ao invés de no input, leva a distinções artificiais em relação à publicidade tradicional, digital e pontos intermediários. Segundo Johnson, esse tipo de pensamento comoditiza a agência, acabando com qualquer possibilidade de diferencial. O ideal, diz ele, é a agência ser reconhecida pelo que sabe, e não pelo que faz – oposto do que a maioria tem feito até agora.

É uma visão interessante. Ele se diz convicto de que as agências deveriam se tornar uma comunidade de pessoas intelectualmente curiosas. E, quanto mais diversidade social e intelectual houver, melhor. Ele conta que o verdadeiro papel das agências é sua habilidade de abrir portas para o mundo com o qual o cliente deseja se envolver. As agências que entregam tal promessa, afirma, serão sempre relevantes. Inclusive, a remuneração das agências em função das idéias, e não do que é executado, foi um dos grandes pontos de discussão do MaxiMídia 2009, mas isso é assunto para um segundo momento.

Ele finaliza o texto com 5 dicas para seguir essa linha de pensamento – bem interessantes, por sinal.

1 – Somos todos CIOs. Virtualmente, toda atividade da agência – de operações internas de gestão das contas até a entrega das campanhas – é construída em plataformas tecnológicas. Não são mais ferramentas que apóiam o negócio. Essa tecnologia é o negócio. Além disso, os canais de comunicação que você cria para si mesmo, ou para sua agência, podem também se tornar os mesmos canais que você usa para a campanha do cliente. Todos na agência precisam entender e aplicar o valor estratégico da tecnologia para se engajar com o cliente.

2 – Existe vida além do Twitter. Devemos estender nosso campo de visão para além da publicidade, para incluir todo o campo da comunicação. O colapso dos jornais pode ser um momento de definição para essa geração e terá grande impacto no setor de publicidade. Grandes inovações na comunicação estão acontecendo em campanhas políticas e iniciativas públicas de saúde. Há muito o que aprender.

3 – Devemos ser estudantes da colaboração. A publicidade sempre foi um empreendimento colaborativo, mas ainda há uma definição muito estreita de como e onde a colaboração acontece. Eu quero olhar para fora do nosso setor e aprender com outros campos – seja design de produto ou a entrega de serviços consultivos complexos – que desenvolveram novos modelos para a construção de equipes e colaboração.

4 – Nem toda cultura é popular. Para ser entendido por públicos mais amplos, os profissionais do marketing de massa fazem comunicação para o denominador comum mais baixo em termos de cultura popular e intelecto. Algo como escrever um texto para um estudante da oitava série visando toda uma população ainda é bem comum. As mídias sociais permitem conversas mais amplas com menores grupos de pessoas ao longo de um complexo cultural mais amplo. Para sermos eficazes, precisamos comandar mais profundamente as tendências sociais, políticas e artísticas. A publicidade de amanhã será forçada a fala em diferentes vozes e níveis intelectuais.

5 - A ciência invade o departamento de criação. As ciências sociais sempre tiveram um papel importante da publicidade, mas os avanços no estudo do cérebro vem criando disciplinas como o neuromarketing, que estão trazendo uma nova visão para o processo criativo. Quem se importa com o que o Diretor de Criação acha legal? O que importa é como os neurônios estão atuando no mercado alvo. No campo da psicologia, a ciência da felicidade está desencadeando um novo conhecimento sobre como as pessoas decidem o que as satisfará no futuro. Alguém na nossa equipe deve estar prestando atenção nisso."

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